Na manhã desta quarta-feira (13), equipes do Corpo de Bombeiros retomaram as buscas pelos corpos das nove pessoas que perderam a vida na explosão de uma fábrica de dinamites da Enaex Brasil, ocorrida na terça-feira (12) em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O acidente, registrado pouco antes das 6h, também deixou sete feridos — todos já liberados do hospital e em recuperação em casa.
O impacto da explosão foi tão intenso que o estrondo pôde ser ouvido a quilômetros de distância, causando danos estruturais em cidades vizinhas. Segundo a Defesa Civil, mais de 100 imóveis foram vistoriados por apresentarem vidros estilhaçados e telhas deslocadas. Felizmente, não há registros de feridos fora da área da fábrica.
O momento da tragédia
De acordo com a delegada responsável pelo caso, imagens de câmeras de segurança — que permanecem sob sigilo — mostram que os nove trabalhadores mortos haviam acabado de iniciar o turno e estavam reunidos em oração no momento da explosão. Um deles era pastor de uma igreja evangélica. Nenhum deles, segundo a investigação, manipulava explosivos naquele instante.
A força da detonação foi tamanha que fragmentou os corpos, exigindo exames de DNA para identificação. Quatro equipes da Polícia Científica trabalham no local para acelerar o processo, e o esquadrão antibombas da Polícia Militar foi acionado para garantir a segurança da operação. As buscas continuam, com a localização de cerca de 50 fragmentos orgânicos até agora.
Investigações em andamento
A Polícia Civil trabalha para esclarecer as causas do acidente e ouvirá, nos próximos dias, duas funcionárias sobreviventes. O inquérito, que apura também uma possível responsabilidade da empresa, deve ser concluído em até 30 dias. Por se tratar de materiais explosivos, o Exército participa das investigações.
A fábrica opera em regime de turnos 24 horas, o que explica a presença de vários trabalhadores no momento da troca de turno — justamente quando ocorreu a tragédia.
Estrutura e operação da empresa
O Corpo de Bombeiros informou que a fábrica estava em situação regular, cumprindo as normas de segurança contra incêndios, pânico e desastres. A Enaex Brasil, responsável pela unidade, divulgou nota lamentando profundamente a tragédia, confirmando a identidade das vítimas — seis homens e três mulheres — e afirmando estar colaborando integralmente com as autoridades.
Comoção e repercussão
O governo do Paraná classificou o acidente como um dos dias mais tristes da história recente do estado e afirmou que a prioridade é concluir a identificação das vítimas e prestar apoio às famílias.
A explosão, que formou um grande cogumelo de fumaça visível a longas distâncias, reforça a importância de medidas rigorosas de segurança e fiscalização em indústrias que lidam com materiais de alto risco, onde qualquer falha pode ter consequências irreparáveis.
Investigações avançam
A Polícia Civil e o Exército Brasileiro seguem atuando no local, recolhendo evidências que possam apontar a causa exata da explosão. Segundo a delegada responsável, duas hipóteses são analisadas com mais atenção:
Falha técnica em um equipamento da linha de produção.
Acúmulo indevido de materiais inflamáveis em um setor de armazenagem.
As duas funcionárias sobreviventes que estavam próximas ao galpão no momento da tragédia serão ouvidas nos próximos dias. Ambas já receberam alta hospitalar e se recuperam em casa.
Impacto na comunidade
A cidade de Quatro Barras mantém clima de comoção. Escolas e repartições públicas prestaram homenagens às vítimas com um minuto de silêncio. O comércio local também tem se mobilizado para arrecadar doações a fim de auxiliar as famílias.
Moradores relatam que, desde a explosão, ainda há forte cheiro químico na região próxima à fábrica, especialmente nas primeiras horas da manhã. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente acompanha a situação para verificar possíveis impactos ambientais.
Ação da empresa
A Enaex Brasil informou que mantém apoio psicológico e financeiro às famílias e que criou um canal exclusivo para atender parentes e funcionários. A empresa reiterou estar colaborando com as investigações e garantiu que, até a conclusão da perícia, todas as operações na unidade de Quatro Barras permanecerão suspensas.
Expectativa
Com a proximidade do fim das buscas e a conclusão dos trabalhos periciais, familiares aguardam não apenas respostas sobre o que aconteceu, mas também garantias de que tragédias como esta não se repitam. O caso deve ser oficialmente encaminhado ao Ministério Público ainda este mês.