Trump critica Brasil como parceiro comercial e acusa execução política contra Bolsonaro

foto montagem Presidente Lula E Presidente Trump


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o Brasil nesta quinta-feira (14), classificando o país como um “parceiro comercial ruim” e afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofre uma execução política.


Durante entrevista no Salão Oval da Casa Branca, Trump afirmou que o Brasil impõe tarifas elevadas sobre produtos americanos, enquanto os Estados Unidos cobram pouco ou quase nada. “O Brasil tem sido um parceiro comercial horrível. Eles nos cobram tarifas enormes, muito maiores do que cobramos deles”, disse. Apesar disso, dados históricos mostram que os EUA registram déficit comercial com o Brasil há 17 anos, vendendo mais do que compram do país sul-americano.


Questionado sobre a aproximação do Brasil e do México com a China, Trump minimizou preocupações e voltou a criticar o sistema jurídico brasileiro. “Eles pegaram um presidente e o colocaram na prisão ou estão tentando prendê-lo. Eu conheço esse homem e acredito que é honesto. Isso é uma execução política, e acho isso terrível”, declarou, referindo-se a Bolsonaro.


Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as declarações de Trump, afirmando que o Brasil é um bom parceiro comercial, mas que não se submete a pressões externas. O petista discursou no Recife, durante a entrega de títulos de regularização fundiária a moradores da comunidade de Brasília Teimosa, e foi ovacionado ao afirmar: “O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano.”


A polêmica também envolve tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Desde 6 de agosto, uma sobretaxa de 50% passou a incidir sobre cerca de 36% das exportações do Brasil para o mercado americano, incluindo itens estratégicos como máquinas agrícolas, carnes e café. O decreto de Trump prevê cerca de 700 exceções, beneficiando produtos como derivados de petróleo, ferro-gusa, itens de aviação civil — o que inclui a Embraer — e suco de laranja. Setores como aço, alumínio e autopeças têm alíquotas específicas.


Analistas destacam que a medida, embora formalmente econômica, tem forte caráter político, mencionando diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o ex-presidente Bolsonaro, réu em inquérito sobre a tentativa de golpe de 2022. O governo brasileiro busca manter as negociações no âmbito comercial, mas encontros bilaterais recentes, incluindo conversas entre o ministro Fernando Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foram cancelados, com avanços condicionados à anuência de Trump.

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