 |
| Em resposta a Fux, Lula afirma: “Se ele não quer as provas, é problema dele. |
Lula rebate ministro Fux e defende existência de “centenas de provas” contra Bolsonaro
Em entrevista concedida à Band na tarde desta quinta-feira (11/09), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contestou publicamente o voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) das acusações de tentativa de golpe de Estado.
Lula afirmou que existem “dezenas, centenas de provas” de que Bolsonaro articulou um plano para derrubar o governo democraticamente eleito. “Bolsonaro tentou dar um golpe de Estado neste país. Ele tentou dar um golpe. São dezenas, centenas de provas, de atos, de falas, de discursos, de material por escrito, de tudo que ele tentou fazer. Se o ministro Fux não quiser as provas, é um problema dele”, declarou o presidente.
Segundo Lula, o ex-mandatário “covardemente articulou tudo, pensou tudo e não teve coragem”, reforçando que a documentação apresentada pelo Ministério Público e por outros ministros do STF é robusta.
O voto de Fux, proferido na Primeira Turma do Supremo, foi duramente criticado por juristas e analistas políticos. Durante sua exposição, que durou cerca de dez horas, o ministro fez comparações entre os ataques de 8 de janeiro de 2023 e manifestações de grupos como os black blocs, além de citar episódios históricos como o Mensalão. Especialistas consideraram a analogia descabida, destacando que os black blocs não atuaram no episódio de 8 de janeiro e que a tentativa de golpe possui natureza jurídica distinta.
Apesar da contundência, Lula evitou ampliar o embate com o Judiciário. Comentadores políticos ressaltaram que o presidente “foi ao limite” ao criticar um ministro da Suprema Corte, mas sem mergulhar em debates que pudessem ser interpretados como politização do julgamento.
O processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado por Jair Bolsonaro segue em análise no STF, e a decisão final ainda depende da conclusão dos votos dos demais ministros.